Uberlândia, 13 de
fevereiro de 2016.
Irmã, por onde andas? Sinto tanta falta de ti. Que vontade
imensa de num único abraço trocarmos o todo necessário. Esse mundinho nosso
anda tão tenso, de pernas pro ar. É como se a lama que varreu de morte o nosso
rio, estivesse se espalhando entre nós.
Tenho medo de dizer isso pessoalmente e ferir teu espírito.
Construístes teu santuário? Tenho certeza que sim e que gerastes belos frutos.
Que bonita tua relação com a cria. Descobres no seu filho a ti mesma e ao
próprio germe do mundo.
Dessa vez irmã, sigo sereno. Não te procuro, como tantas
vezes fiz, para deitar pranto em teu
ombro. Em tantos ciclos de desespero, aprendi a meditar. Só me é ainda muito
difícil achar o equilíbrio. Encontrastes o teu? A firmeza material e da palavra
política aliada a eterna paciência e ao respeito fraterno?
Hoje irmã, sentei em roda com membros de uma tribo muita
antiga. Não entedia o porque, mas ficamos por horas simplesmente calados. Todos
usavam mascaras e eu fitava cada uma delas. Aterrorizado, em certo momento
descobri que se tratava do nosso próprio povo.
Calmamente um a um retirou sua máscara e em mil anos
contaram-me a história de suas vidas. Quanto tempo passei ali, calado, ouvindo
aqueles relatos. Tenho certeza que você gostaria de estar lá. Hoje percebi algo
que tu já compreendes. A história que contam por aí não é a história de nosso
povo. Mas do que isso, o que aconteceria se todos nós soubéssemos a nossa
verdadeira história? Um gigantesco urro irmã, um gigantesco urro.
Lembra daquela vez em que dançávamos em roda?
do seu maluquinho de
sempre,
Te amo!
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