quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pedaço empoeirado

Triste cena aquela
onde caía cada pedaço
e a dor que crescia em mim
soava como tristes e agudos acordes

Triste cena aquela
espetáculo da miséria
da esmola esfarrapada
              do suplício humano
de cana ardendo nas veias

a malandragem desgastada
e o pequeno a esperar
              com minhas lágrimas ausentes

peito bobo o meu que pensa nisso
feito bobo mesmo
Eu ou ele?

De sábio ali
somente a criança
com suas pequenas mãozinhas
a recolher os tais pedaços

meus pedaços

Maldito!

disse
ao céu rosado
este mesmo céu
que turva menos minha visão

MINHA VISÃO

do que o último e recolhido
pedaço

empoeirado. 

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